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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Professor Zé Mário: Carta ao professor Landisvalth

Heliópolis, 4 de junho de 2015.
Professor Landisvalth,

Pela comunicação ora encaminhada, quero apresentar ao prezado colega e, por conseguinte, aos leitores do seu visitado blog, alguns esclarecimentos acerca de fatos narrados em matéria de sua autoria intitulada Goteiras da política heliopolitana, de 2 de junho de 2015.

PROFESSOR ZÉ MÁRIO
A começar pelo título, sua competente redação dá conta de que a professora Daniela teria promovido uma denúncia contra o alcaide que atualmente administra o dinheiro público que deveria estar colocando as escolas municipais em melhores condições de uso. Sem querer “fazer média” com o prefeito Ildinho, quero que todos saibam que o mérito da denúncia não é da professora Daniela, minha esposa. O flagrante desrespeito aos alunos e ao contribuinte foi gravado, dada a facilidade com que se registra tudo hoje em dia, através das inúmeras câmeras dos celulares à mão de todos.  No caso em comento, a divulgação do vídeo exibido no Bocão News, que mostra o absurdo vivido pelos alunos da Escola Waldir, não foi feita pela professora de oposição – como a denominou, de modo pejorativo e antidemocrático, o professor Quelton – que estava presente na sala “reformada” na ocasião da chuva. Tal gravação foi encaminhada por aluno da escola ao vereador Giomar Evangelista, Presidente da Câmara, que, legitimamente, protestou dando publicidade ao lamentável ocorrido. A professora Daniela estava em uma das salas com goteiras e teve participação no episódio, mas não para induzir alunos à produção de material para uso político-partidário, como a acusa equivocadamente o Secretário de Educação. Tenha certeza, professor, de que além da professora e dos alunos, muito mais gente se indignou com o ocorrido, inclusive as servidoras da limpeza, que não conseguem visualizar melhorias na sua escola, mesmo após sucessivas reformas. 

O professor Quelton acredita que talvez um gato tenha provocado as frestas que permitiram as goteiras. Acho que o Secretário de Educação não está de todo errado, haja vista que há no Brasil, em abundância, gatos de uma raça, que adora mexer no que é dos outros, conhecida como GATUNO. Essa raça maldita de gatos chegou ao Brasil nas caravelas pelos idos de 1500.

A reforma, ou melhor, a pintura do Waldir Pires custou aos cofres da prefeitura de Heliópolis R$ 75.845,44, pagos em abril de 2015 com recursos do Fundeb.  O valor deve subir para os R$ 85.651,67 previstos na licitação, quando abrirem o letreiro com o nome da escola, até o momento não colocado.

Prezado Professor, confesso que estou com medo de que os gatos passem nas outras escolas reformadas e provoquem mais “frestas”. Vejamos alguns números:
Escolas reformadas em 2015
Item
Escola
Localidade
Valor licitado
Valor pago
1
Escola Waldir Pires
Sede
 R$            85.651,67
 R$      75.845,44
2
Escola Castro Alves
Sede
 R$            53.109,01
 R$      34.078,71
3
Escola Getúlio Vargas
Povoado Cajazeiras
 R$            43.034,71
 R$      30.780,07
4
Escola Pedro Elesbão Rodrigues
Povoado João Grande
 R$            41.425,14
 R$      29.374,73
5
Rui Barbosa
Sede
 R$            30.816,33
 R$      20.327,75
6
Galdino Barbosa
Sede
 R$            38.162,40
 R$      22.164,26
7
Creche Luzia de Souza Bastos
Sede
 R$            29.915,90
 R$      15.990,13
8
Escola Jorge Amado (antigo prédio)
Povoado Riacho
 R$            31.852,42
 R$                     -  

Total:

 R$          353.967,58
 R$    228.561,09

Até abril já foram pagos mais de 228 mil reais com as “reformas” de 2015. Somados com mais 288 mil das reformas de 2014, são R$ 516.000,00. O governo de Ildinho e Quelton já gastou mais de meio milhão de reais com reforma de escolas em apenas dois anos. E as escolas como estão? Professores, funcionários, alunos, todos sabem a resposta. Para uma comparação, em 2012, as reformas custaram R$ 141.000,00. As pinturas do governo de Ildinho custam mais do dobro. Deve ser a inflação!

Proponho um desafio e uma solução ao prefeito Ildinho: tire a gestão dos recursos destinados às reformas de escolas de quem os gerencia hoje, e passe a dinheirama para os caixas das escolas. Deixe os diretores executarem as reformas, depois visite as escolas e compare. Se os R$ 57.983,80 pagos na reforma da escola do Tijuco em 2014 tivessem sido gerenciados pelo diretor que lá estava, acredito que a estrutura da escola seria outra. Da mesma forma teria sido nas escolas do Riacho (R$ 45.703,77) e Serra dos Correias (R$ 44.034,12). Até o “carrego” do diretor do Waldir Pires teria feito milagre, ou seja, aplicado cada centavo, fazendo o dinheiro render, se tivesse administrado os R$ 75.845,44 deste ano. Professor Landisvalth, os diretores fazem milagre com os recursos de seus caixas. Não fosse isso, não tínhamos uma TV, um aparelho de som, uma caixa amplificada, um datashow, um metro de cerâmica colocado em nenhuma escola municipal. As transformações físicas das nossas escolas foram feitas pelos diretores, com os escassos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE. Se os R$ 500.000,00 “torrados” entre 2014 e 2015 tivessem sido gerenciados pelos diretores, professores, funcionários, pais de alunos, as escolas teriam outra cara; não teriam goteiras!

Professor, oriente o novo alcaide a repassar para os diretores os próximos R$ 300.000,00 a serem gastos com as reformas de 2016. Depois vão às escolas.

Prezado professor, reitero que a professora Daniela não fez denúncia, não conhecia o Bocão News, mas ficou indignada, com direito, com o que presenciou. Quanto a mim, nunca fiz denúncia contra o atual governo e não faria para promoção pessoal. Também não estou competindo com o meu amigo vereador Giomar. Quanto à minha atuação na gestão passada, acho que fiz um bom trabalho junto ao ex-prefeito e à sua competente equipe. Não fui omisso, enfrentei fortes bataia ai, ai, ai (como as que sua esposa deve estar enfrentando hoje à frente da difícil Secretaria de Saúde). Em relação ao convite respeitoso feito pelo atual prefeito para assessorá-lo, tenho até hoje respeito pela corajosa iniciativa. Não pude aceitar o convite por questões já esclarecidas. Se tivesse aceitado, estaria hoje alegre pelas obras realizadas com recursos estaduais e/ou federais, e angustiado com o tratamento dado pelo prefeito aos recursos próprios. Triste, também, com o episódio lamentável ocorrido com a pobre cidadã do quiosque de Cajazeiras. Quanto ao tratamento do governo para comigo, lhe digo que tenho tomado umas pancadas!!! Normal, como diria Valteno. Depois lhe conto.

Sem dúvida, goteiras continuam existindo na política de Heliópolis. Mas vamos combatê-las, nos respeitando, evitando mal-entendidos.  

Agradeço a atenção do professor, pedindo-lhe desculpas por eventuais “erros de português” cometidos no presente texto. Escrever para um professor com a sua competência linguística não é nada fácil, convenhamos.

Atenciosamente,

Professor Zé Mário 

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